Turismo de Base Comunitária no Vale do Jequitinhonha

Já conhecem o turismo de base comunitária? Nunca fizeram?

Ano passado eu fiz um tour com a Vivejar, operadora turística com foco em turismo de base comunitária, para o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

Bonecas e outros artesanatos do Vale do Jequitinhonha

A promessa? Uma viagem de experiência, em que eu iria conhecer o trabalho das artesãs do Vale do Jequitinhonha, que criam bonecas e outras peças de cerâmica através do barro que extraem da região. Lá, ficaríamos nas casas das artesãs, faríamos todas as refeições com elas e faríamos também vários workshops, desde extrair o barro do barreiro, modelar as peças, pintar usando tintas naturais do barro e por último, queimar no forno as peças criadas.

A princípio cheguei com muito receio. No meu imaginário, sempre lembrava do Jequitinhonha como a região mais pobre do Brasil. Fui preparado para sentir o coração apertado. Mas foi completamente diferente.

Primeiro, que as artes ajudaram as moradoras locais a aumentar a fonte de renda da região. Hoje, elas não mais sobrevivem, mas vivem bem, com conforto e alegria. E principalmente, orgulho de serem moradoras do Vale.

Fiquei na casa da Deusani. Além de artesã, uma grande poetiza. Todas as noites recitava pro grupo alguns de seus poemas. Que sabedoria essa mulher tem viu.

Deusani e suas Filhas - Artesã do Vale do Jequitinhonha

Mas fora isso, a experiência como um todo foi sensacional. Diferente de um roteiro em que você fica em um hotel e saí todo dia pra fazer um tour, lá eu vivi o dia-a-dia de Campo Buriti (povoado que ficamos). Não apenas entender o que fazem, mas fazer junto. Não apenas provar do que comem, mas comer junto. Foi uma conexão com os moradores muito maior do que qualquer outra viagem que já fiz. Saí de lá com um sentimento de que foi muito mais que uma viagem, foi uma visita a uma parte da minha família que eu ainda não conhecia.

Mas não quero me alongar por agora. Esse post inicial foi apenas para dar um gostinho do que é o turismo de base comunitária. Vale muito conhecer o trabalho da Vivejar. Definitivamente, é uma operadora diferente das outras. Além do trabalho de cocriação dos roteiros com as comunidades (em que a comunidade sugere boa parte do que será oferecido), eles fazem o cálculo de impacto do turismo em cada região. O turista tem uma noção muito melhor de quanto do dinheiro fica na região, do quanto vai para o operador e quanto vai para outros provedores. Um modelo de negócios realmente diferenciado. Aqui está o site deles: http://vivejar.com.br/

Este slideshow necessita de JavaScript.

Por enquanto é só! Mais pra frente farei um post contando exatamente como foi essa minha viagem no Vale do Jequitinhonha.

Bjs,

Diego

 

Bonito, MS – Parte 01

O Zé tá em Bonito, Mato Grosso do Sul!

Dando uma pausa nas viagens internacionais, agora é a vez de mostrar esse Brasilzão. Explicando rapidamente, tô envolvido na organização da Adventure Week, um evento internacional de Turismo de Aventura que ocorrerá no Pantanal (Corumbá) e Bonito, Mato Grosso do Sul. Agora no começo do ano fui definir o itinerário do evento que será em abril e fizemos um treinamento com operadores locais. Como em Corumbá fiquei apenas 2 dias, vou deixar pra contar depois do evento de abril. Em Bonito eu fiquei 4 dias. Dá pra explicar um pouco melhor. Bora lá!

Primeiro, se você quer ir a Bonito, tenha em mente: programe-se com MUITA antecedência. Tem vários passeios lá que durante a temporada (dezembro a março) ficam sem vaga mesmo. Não adianta chorar, chamar a mãe, o papa, não vai entrar e acabou! Se for na baixa tem mais chances, mas mesmo assim, recomendo contatar uma agência local para verificar preços, disponibilidades e já reservar.

DIA 01

O primeiro passeio que fiz foi a flutuação no Rio Sucuri. Esse é um dos passeios de flutuação mais famosos, junto com a flutuação do Rio da Prata. Os dois custam em média 200 legais (varia um pouco na alta e baixa) e possuem uma certa diferença. No Rio Sucuri tem menos peixes, mas a água é muito azul. Parece um recife de corais. Já o da Prata a água não é azul, mas tem muitos peixes. Mais aquário natural style. Minha recomendação: faça os dois. Se tiver curta a grana, acho que eu escolheria o do Rio da Prata. Mas faça um esforço para os dois que vale.

Água azul do Rio Sucuri
Água azul do Rio Sucuri

A tarde tivemos que fazer visita técnica em muitos atrativos e por isso não deu pra fazer as atividades de fato. Terminamos o dia jantando no restaurante Casa do João. BOM DE-MAIS! Pra quem é fã de peixe, vai se esbaldar. Saudades só de pensar! haha

Bonus info: o Rio Sucuri não tem esse nome porque lá tem muita sucuri. O nome vem do formato do rio. Olhando de cima, parece uma cobra!

Rio Sucuri - escultura na frente da fazenda
Rio Sucuri – escultura na frente da fazenda

DIA 02

Abismo Anhumas
Abismo Anhumas

No segundo dia fui visitar o Abismo Anhumas! Passeio sensa. É o mais cara do Bonito (por volta de R$ 700) mas vale muito a pena. É basicamente um buraco que se abre em um salão do tamanho de um campo de futebol, 72m abaixo do solo. Um salão alagado. O lado do Abismo tem mais 80m de profundidade. O treco é de outro mundo!

Para fazer o passeio, depois de agendar, você deve fazer um treinamento um dia antes na sede no centro da cidade. Eles te ensinam a fazer o rapel e subir na corda (sim, você voltará 72m no braço) e também te dão instruções como: compre um lanchinho pra levar pro buraco.

Abismo Anhumas - Treinamento

Detalhe importante: apenas 20 pessoas podem fazer o passeio por dia. Então esse é outro passeio que você deve agendar com bastante antecedência.

Abismo Anhumas - foto de dentro
Abismo Anhumas – foto de dentro

Agora contando sobre o passeio, o negócio é o seguinte: primeiro você e sua dupla (descem dois por vez) descem no buraco fazendo um rapel de 72m. É bem legal. Eles recomendam que você não pare para apreciar a vista na descida porque terá muito tempo na volta pra fazer isso. hehe

Rapel feito, você cai na plataforma na água e vai pra um deck esperar o resto do grupo. 6 pessoas prontas, começa o passeio de barco. O guia faz um tour de bote por toda a caverna explicando a história do local e as formações rochosas. Voltamos pro deck e é hora de colocar as roupas de neoprene. Todos prontos, bora pra água. Fazemos um tour guiado também. O guia vai na frente flutuando com uma lanterninha na mão. É bem massa também. Para os que tem curso de mergulho, podem fazer a atividade como opção à flutuação.

Por último, voltamos pro deck e vamos nos trocar, colocar roupa seca e… esperar! Sim, dependendo da ordem que você chegou, vai esperar bastante. Por isso o lanche. Chegou a sua vez (e da sua dupla) de subir, segura na mão de Deus e vai. Vocês tem que subir os 72m tudo de volta na corda. A subida demora em média 20 a 30 min, dependendo do fôlego do caboclo! Para os que não tem preparo ou estão impossibilitados por algum motivo, podem pedir o resgate. Aí o pessoal lá reboca você até em cima. Mas se tá jovenzinho, na flor da idade, vá no braço, meu filho! Vale a pena! Tanto pela experiência como pela vista.

Voltando pra cidade, fomos almoçar e pela tarde tivemos reunião o dia inteiro. No final do dia fizemos uma visita à Fábrica de Cachaça Taboa. Também muito legal. Não me lembro exatamente o preço mas não era nada pesado. Posso estar errado, mas acho que era por volta de 30 dilmas. No final do passeio você pode provar uma caralhada de sabores de cachaça. Cuidado pra não sair torto de lá!

Acabado o passeio da Fábrica da Taboa, fomos tomar uma gelada no bar da Taboa, no centro da cidade. Aí foi bão. Cerveja e petiscos. Que mais precisa?

Por enquanto é isso. A parte dois vem já já!

 

Ah, o carnaval!

O Zé tá em Diamantina!

Então, o carnaval desse ano foi em Diamantina-MG. Terra de grandes personalidades como Juscelino Kubitschek, Chica da Silva e Vladimir Brichta (Vladimir Brichta?). Possui em média 45 mil habitantes, sendo que desses, mais de 10% são estudantes da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, ou resumindo, a Universidade de Diamantina. Se outrora a cidade sobrevivia pelos diamantes, hoje são esses estudantes que a movimentam, literalmente!

O carnaval de rua de Diamantina já é famoso e atrai gente de todo canto, principalmente Belo Horizonte e Rio de Janeiro. E tem hotel pra todo mundo? Não sei. O que acontece mesmo é o aluguel de quartos em repúblicas. Os estudantes que moram lá, além de aproveitarem o carnaval, ainda fazem um dinheiro alugando quartos,salas e até corredores nas próprias repúblicas em que vivem durante o ano letivo. Outra forma de achar um teto, são as “repúblicas de carnaval”. Empresas de turismo ou grupos de amigos alugam espaços amplos e organizam excursões oferecendo a estadia, ou ainda um pacote completo incluindo estadia, transporte da sua cidade até Diamantina e bebidas durante a festa. São várias “repúblicas” espalhadas pela cidade, como a República do Beijo e a República dos Solteiros. A minha se chamava Chuveirão! =D

E a festa rola na rua mesmo. Não precisa gastar dinheiro com abadá ou ingresso de balada. Pra todo lado que você anda, depara-se com um beco lotado de gente, com bares improvisados e música tocando alto. Mas no palco principal, todos os dias, as atrações também principais foram as bandas Bat-caverna e Bartucada. A primeira, no caso, faz um show a parte, com direito a Batman chegando de rapel no primeiro e último dia.

O único problema é infra-estrutura. A cidade, mesmo com toda essa tradição carnavalesca, parece não estar preparada para receber a multidão de turistas. Os restaurantes são poucos e cheios de filas. A água na cidade acaba frequentemente. E faltam banheiros químicos. Só encontramos alguns perto do palco principal, mas certamente insuficientes para o número de pessoas na festa.

Fora isso, o carnaval foi excelente! Altamente recomendável!

Estrutura Campus Party 2010

A estrututa para receber os campuseiros estava excelente. Na arena, havia mesas intermináveis com terminais de luz e internet. Também,nas áreas das palestras, foram poucas as vezes que vi cadeiras faltando para os interessados. A área de barracas também estava gigantesca, com 2.500 barracas disponibilizadas aos campuseiros.

Barracas - Campus Party

Fora isso, os patrocinadores também mandaram muito bem.

A Telefônica armou um stand que disponibilizava vários pufes para galera relaxar, com dois video games no centro rolando Guitar Hero para quem quisesse brincar. Além disso, na lateral do espaço tinha massagem de graça, com duas cadeiras e quatro massagistas se revezando (eles ainda te davam um ipod com músicas relaxantes pra você esquecer o que estava rolando lá fora).

O stand da Vivo também estava muito bom. Todo tematizado com o tema da copa, além dos pufes, também estavam disponíveis laptops com internet. E ainda uma televisão com jogo de embaixadinha virtual (você fazia os movimentos e a bola na tela acompanhava).

#Fail na minha opinião para o espaço do Mercado Livre, que estava muito ruim em estrutura disponibilizando uns 10 puffes e mais nada. O Edsão acha que não foi tão ruim assim, pois algumas vezes eles promoveram jogos premiando com garrafinhas e camisetas. Bom, o que eles mandaram bem mesmo foi na distribuição de adesivos que continham mensagens como “#geek pride” e “queria ter o QI do Yoda”. O público em geral gostou muito e era fácil de achar computadores com os adesivos colados.

Outra coisa legal foi o Red Bull a 5 reais! Excelente!

E vamos aos números que a produção do evento divulgou:

  • 6.000 campuseiros inscritos
  • mais de 4.000 computadores
  • previsão de visitantes: 100 mil
  • 45 mil m² de área
  • 40 km de cabos de rede
  • 20 km de cabos de fibra ótica
  • 553 atividades
  • quase 1.000 pessoas na organização

Welcome to the Campus Party

O Zé tá na Campus Party em São Paulo.

Cheguei aqui no segundo dia do evento e já deu pra ter uma noção da grandiosidade que a Campus Party atingiu. Realizada em vários países, a versão brasileira se tornou esse ano a maior do mundo, com exatamente 6 mil inscritos.

É gente e computador que não acabam mais =P

Arena – Campus Party

Como o próprio site do evento diz, a “Campus Party é considerado o maior evento de inovação tecnológica, Internet e entretenimento eletrônico em rede do mundo”.

É dividida em quatro áreas: ciência, criatividade, entretenimento digital (games e simulação) e inovação. Está acontecendo desde o dia 25 passado e vai até o dia 31, domingo, no Centro de Exposições Imigrantes. Para os não motorizados como eu, fica pertinho da estação do metrô Jabaquara e ainda tem ônibus de graça circulando entre a estação e o evento.

Bom, por enquanto é isso. Amanhã tem mais Campus Party cedo e com o decorrer do evento eu posto mais coisas legais.

Beijos no coração!